sexta-feira, 20 de agosto de 2010

VERDADEIRO AMOR

Um homem de idade já bem avançada veio à Clínica onde trabalho, para fazer um curativo na mão ferida.

Estava apressado, dizendo-se atrasado para um compromisso, e enquanto o tratava perguntei-lhe sobre qual o motivo da pressa.
Ele me disse que precisava ir a um asilo de anciãos para, como sempre, tomar o café da manhã com sua mulher que estava internada lá.
Disse-me que ela já estava há algum tempo nesse lugar porque tinha um Alzheimer bastante avançado.
Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se ela não se alarmaria pelo fato de ele estar chegando mais tarde.
- Não, ele disse. Ela já não sabe quem eu sou.
Faz quase cinco anos que não me reconhece. Estranhando, lhe perguntei:
- Mas se ela já não sabe quem o senhor é, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?
Ele sorriu e dando-me uma palmadinha na mão, disse :
- É . Ela não sabe quem eu sou, mas eu contudo sei muito bem quem é ela.


Reflita...

Postado do Blog Estória das Histórias - do meu amigo Willian Lira

domingo, 8 de agosto de 2010

Ao Meu Pai

Não me lembro exatamente o dia.
Mas foi no início deste ano.
Recebi um telefonema de meu irmão que estava acompanhando meu pai em uma internação de emergência:

"Daqui a pouco o pai vai entrar na sala de cirurgia. Os médicos disseram que o risco de óbito é grande - mais de 90%. Te ligo mais tarde."

Meu pai está com 84 anos. Sempre cuidou da saúde, praticou esportes e não me lembro de tê-lo visto reclamando de alguma coisa em todos esses anos.

Mas devido a uma obstrução intestinal, foi levado às pressas para o hospital. Devido à gravidade, não poderia esperar para ser operado. O hospital era de interior, sem muitos recursos. Para você ter uma ideia, não havia sequer uma UTI...
E na idade do meu pai, era indispensável a UTI para o período de observação pós-cirúrgico.
Não havia UTI...
Não havia tempo para levá-lo até uma cidade maior...

Quando recebi o telefonema já era quase meia-noite.

E agora, estava a mais de 500 km de distância, não conseguia dormir, aguardando o telefonema final.

Orei!

Você pode imaginar a aflição durante aquela espera.

Depois de quase duas horas, o meu celular toca.

Sabia a origem, não sabia a resposta...

Atendi apreensivo.

Qual seria a notícia?

Meu irmão me disse que tudo correu bem. Meu pai havia vencido mais uma batalha da vida - talvez a maior de todas até ali!!!

Amanheceu e peguei a estrada até lá.

Depois de percorrer mais de 500 km o encontrei já em seu quarto, acompanhado de minha mãe e meus dois irmãos que lá estavam.

O abracei, e agradeci a Deus por vê-lo com vida.
Fragilizado pela cirurgia, mas com vida!!!

Naquele pequeno hospital, lembro que as enfermeiras e funcionários iam ao quarto para ver meu pai - admirados.

"Este é aquele velhinho que foi operado de madrugada" diziam. Para eles, seu óbito na cirurgia era certo...

Para eles. Não para Deus!!!

Hoje, DIA DOS PAIS, escrevo essas linhas agradecido ao Pai Celestial pelo pai que me deu nessa terra.

Enquanto escrevo, aqui de Belo Horizonte, meu pai está em Boston (EUA) visitando minha irmã.

A alegria dela, depois de 7 anos sem vê-lo, é imensa ao comemorar esse dia ao seu lado.

A alegria minha, e de todos meus irmãos, é celebrarmos a vida do nosso pai - presente cada vez mais em nossas vidas, presente cada vez mais em nosso coração!!!